Acredito que o projeto sala do professor é de vital importância a todos os profissionais da educação, pois, além de ser um momento de estudo de temas específicos também é o momento coletivo de troca de informações e de experiências vivenciadas por ambos, fenômeno que entendo ser ainda mais benéfico aos profissionais iniciantes, é sem duvida o norteador para o desenvolvimento desde o planejamento, a pratica de ensino e a avaliação. É, contudo também o momento de interação entre os professores de todas as áreas de conhecimento, o momento de pensar o que podemos fazer para que no nosso processo de ensino aprendizagem possa ser promovida à interdisciplinaridade.
Entendo que a missão de participar efetivamente na formação humana, demanda de termos vontade de fazer com que esta participação possa realmente ser significativa e possa levar-lhes a ser pessoas de Bem, não somente no futuro, mas sim desde o momento que estamos já interagindo em sua formação cognitiva. Portanto, pensar em atuar em sala de aula e não participar de projetos como este, compreendo, que é não estar de fato comprometido com as crianças, adolescentes e jovens que temos o privilégio de participar de sua formação.
Conhecer a estrutura da escola organizada em ciclo de formação humana, onde se visa considerar muito mais o que o aluno tem de conhecimento prévio do que o que chamamos de ensino tradicional, na teoria parece ser uma utopia, mas quando temos um grupo que possamos promover esta reflexão no ambiente em que estamos praticando este projeto torna-o muito mais real e compreensivo. Quando podemos refletir o processo de avaliação do aluno, que não nos é satisfatório quantificar apenas o que ele foi capaz de produzir ou acerta em um trabalho especifico do conteúdo laborado por certo período. Ainda, pensando no processo avaliativo, temos que ser capazes de nos organizar para ser de forma continuada, então o registro e/ou sistematização de informações é primordial para que se possa ser justo ao dizer que um ou outro aluno não foi capaz de aprender ou aprendeu conforme o planejado.
Penso que nossas limitações em uma sala de aula onde temos crianças, adolescentes e jovens oriundos de realidades diversas é crucial para que possamos planejar uma aula que possa ser significativa a todos, mas um esforço coletivo estas limitações se não completamente superadas totalmente, pelo menos parcialmente tende a ser, melhorando o nosso processo de ensino aprendizagem.
Acredito que o tema “Ensinar para a compreensão e os múltiplos caminhos para a aprendizagem” nos faz refletir sobre as questões de como tomar as decisões de como ensinar diante de tamanha complexidade que defrontamos em uma sala de aula. Como lidar com todas estas diferenças? Assim, temos que pensar e repensar o nosso planejamento, pois, ensinar de uma só maneira ou um só ritmo pode ser levar vários de nossos alunos ao fracasso. E para não fazer esta promoção segregadora, temos que sermos capazes de promovermos um ensinar significativo, onde haja flexibilidade.
Outro tema também de imensurável relevância é “cultura da repetência em debate” de Miguel G Arroyo que muito contribui com uma reflexão a respeito deste tema tão complexo. Que é a repetência e a segregação. Diz Arroyo que “se a escola tenta se libertar da função segregadora da repetência, a sociedade lembra aos docentes que essa é sua função social: segregar, reprovar”. Porém, penso que não, apenas, faremos com que esta cultura se mude, se ainda vivemos arraigados de um sistema que não oferece condições de realmente promovermos um sistema educacional inclusivo. Assim, vejo, que é a sala do professor um espaço que temos para discutir temas de tamanha complexidade e buscar as tecnologias de fazer a diferença para mudar esta concepçao que é gritante na vida de de nosas crianças, adolescentes e jovens. Porém, penso que devemos promover a extirpação desta concepção, mas que temos que sermos capazes de encontrarmos mecanismos para que se possa fazer com que todos os alunos realmente se interesse pelas aulas, e nossas limitações ai estão nos impossibilitando. Limitações estas que são pessoais e institucionais.
Acredito que a citação de Regina V Gracindo “não se pode compreender a construção da educação na qual, de um lado, alguém ‘pensa’, teoriza planeja e, de outro, ágüem age e faz a ‘pratica’. Assim é primordial que façamos reflexões sobre nossas praticas de ensino, se estamos pensando e agindo de modo que efeminemos esta dicotomia da nossa ambiente de ensino aprendizagem. Porém, se não formos capazes de promovermos estas reflexões estaremos sim promovendo um processo de ensino aprendizagem exclusiva, pois o pensar individual, a mim não é capaz de gerir com eficácia o que deve ser coletivo, é fragmentar. É sem duvida não aprimorar ainda mais as boas idéias.
E por fim, destacar que estudo do tema “Pais brilhantes, Professores fascinantes”, nos leva a uma bela reflexão sobre as nossas atitudes, tanto quanto de pais como de profissionais da educação. A expressão: “prepare seu filho para ser” sugere que também nós profissionais da educação tenhamos em mente a expressão: “prepare seu aluno para ser”, pois se conjugado este principio por pais e profissionais da educação, acredito que ainda será capaz de produzir um pensar e viver criticamente as atitudes que vemos acontecer em nosso cotidiano. Porém, o regime capitalista em que vivemos parece nos levar apenas a preparar nossos filhos e alunos para ter, e pior, ter a qualquer custo. A mídia esta para fazer este trabalho, mistificar o princípio de que o objetivo principal é ter. Portanto, aumenta a nossa responsabilidade de ensinar que em primeiro plano deve estar o ser, que o ter é uma conseqüência da vida.
Portanto, acredito que no decorrer do ano letivo foi primordial para minha pratica de ensino os encontros do projeto “Sala do Professor”, pois, muito contribuiu com o meu pensar e agir, porém acredito que muito ainda tenho a aprender, pois entendo que ainda me existem muitas duvidas em como lidar com uma ou outra situação do cotidiano escolar, pois entendo que minha limitação diante de tamanha perplexidade que é o fazer do profissional da educação, faz com que possamos aprender e aprimorar a cada dia e a cada encontro.
dezembro de 2008.
